Gustavo Rodrigues,
sãocarlense, cidade vizinha à Araraquara, da geração que agora chega aos
30 anos e que, apesar da enorme dificuldade em se ouvir samba raiz em
rádios e TVs em sua adolescência, não se curvou à derivação do gênero
conhecida como pagode.
Idealista e convicto, a partir de um
show que assistiu do grupo araraquarense Apoteose – então comandado por
Teroca – conforme ele mesmo confessa, se encontrou e, a partir de 2003,
batalha, estuda, divulga, produz e canta o samba verdadeiro, na corrente
da contracultura regional. Avesso aos modismos, Gustavo é dono de uma
voz suave e bem colocada, além de ser um exímio pandeirista. Desde
aquela data se tornou amigo inseparável, por isso, sua participação no
coro masculino do CD “Elos do Samba”.
Juninho Barros, mais um
araraquarense brilhando no meio musical, Darcy de Barros Junior é dono
de uma voz forte e inconfundível. Grande simpatia e pessoa muito bem
quista em qualquer roda devido à sua simplicidade e alegria, Juninho tem
carreira reconhecida como intérprete de samba em São Paulo e se
transforma quando sobe aos palcos, com um carisma tal que ganha a
atenção das pessoas logo na sua segunda frase.
Junto com vários amigos ajudou a fundar
uma associação de afro-descendentes na cidade, a qual se espelha nos
rituais da comunidade do Samba da Vela paulistana, com reuniões de samba
que culminam apenas com o apagar da vela e o saborear de uma sopa.
Nestas reuniões, o objetivo é divulgar o trabalho de compositores de
samba da cidade e região. Mais um que participa do coro masculino do CD.
Caê Rolfsen, grandiosa
revelação araraquarense, Carlos Henrique Rolfsen Belda, hoje com 29
anos, foi aluno de matemática no colégio onde Teroca lecionava. A
matéria não era das preferidas, mas nem por isso foi um obstáculo para
se amalgamar ali uma grande amizade. Adolescente, curtia rock
progressivo e tinha outras influências musicais vindas da família, como
MPB e Jazz. Durante um intervalo de aulas no colégio, Teroca levou,
primeiramente, um CD de Jacob do Bandolim e depois, CDs de Mestre
Marçal, Wilson das Neves e Paulinho da Viola. Foi o bastante para que
ele se redirecionasse.
Estudou música, primeiramente no
Conservatório Carlos de Campos, de Tatuí, e depois na Faculdade Santa
Marcelina, em São Paulo. Tornou-se compositor, vencendo festivais de MPB
pelo Estado de São Paulo; estudou, com Arrigo Barnabé, composição e
arranjos. Hoje, além de grande violonista e compositor, é arranjador,
vocalista da Gafieira São Paulo e se tornou o diretor artístico deste
segundo CD Elos do Samba. No primeiro CD Com todo respeito, emprestou sua voz melodiosa para interpretar “Escolha”, um dos sambas de melhor acolhida daquele trabalho.